segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Aulas de Sociologia do 2º Ano

Olá! Se você chegou aqui vou entender que é meu aluno e está atrás das aulas do 2º ano de Sociologia, para tirar dúvidas sobre os temas trabalhados - inclusive para fazer o exercício de completar o roteiro com os tópicos de revisão do 2º ano. Então você está no lugar certo!!


As aulas estão disponibilizadas no Google Drive e você pode acessá-las clicando aqui:
https://drive.google.com/drive/folders/19I-IErc2835hEqmjbWSE60Yvx4IdsK5o?usp=sharing

ORIENTAÇÕES
As aulas estão numeradas de acordo com a ordem dos temas trabalhados na revisão, da seguinte forma:
1. Conceito de trabalho e trabalho para Marx - Aulas 1 e 2.
2. Diferença do trabalho nas sociedades tribais e nos sistemas capitalistas de produção - Aulas 3 e 4.
3. Durkheim, Funcionalismo e solidariedade - Aulas 5 e 6.
4. Weber, o Método Compreensivo e a ética do trabalho - Aulas 5 e 6.
5. Marx, Materialismo histórico e dialético e a exploração do homem pelo trabalho - Aulas 5 e 7.
6. Mais-valia e alienação em Marx - Aula 8.
7. Ideologia em Marx: infraestrutura e superestrutura - Aula 9.
8. Racionalização do trabalho: Taylorismo e Fordismo - Aula 10.
9. Flexibilização do trabalho: Toyotismo e Volvismo - Aula 11.
10. Liberalismo, Estado de Bem-Estar Social e Neoliberalismo - Aula 12.
11. Socialismo e Comunismo - Aula 13.
12. Globalização - Aulas 14, 15 e 16.
13. Mercado de trabalho e empregabilidade - Aula 17.
14. Política e cidadania - Aulas 18 a 22.
15. Desigualdade e mobilidade social - Aula 23.

Elas foram elaboradas para atender aos estudantes do CEEFMTI do Henrique Coutinho no período de pandemia de coronavírus - isso te ajuda a entender o direcionamento dado no texto. Vale também ressaltar que as indicações dos cabeçalhos de cada aula não correspondem à ordem disposta aqui; mas o mais importante é você atentar para os conteúdos trabalhados em cada aula.

Cada aula traz uma introdução com orientações para o estudo, e é importante que você também atenda à elas, assistindo o vídeo indicado, passando então para o contéudo, que deve ser estudado com atenção (e não apenas lido de qualquer jeito!), e finalizando com questões que reforçam o conteúdo. E para melhorar ainda mais o seu nível de aproveitamento e assimilação do contéudo, estude com um caderno do lado, anotando as principais informações e repondendo às questões da atividade.

Por enquanto essas são as principais orientações. Para qualquer dúvida, por favor, entre em contato comigo pelo WhatApp (se você tiver meu contato) ou pelo email andrelobov@uol.com.br.

Aulas de Sociologia do 1º Ano

Olá! Se você chegou aqui vou entender que é meu aluno e está atrás das aulas do 1º ano de Sociologia, para tirar dúvidas sobre os temas trabalhados - inclusive para fazer o exercício de completar o roteiro com os tópicos de revisão do 1º ano. Então você está no lugar certo!!

As aulas estão disponibilizadas no Google Drive e você pode acessá-las clicando aqui:
https://drive.google.com/drive/folders/1XusrZLCRpItq73PAsGq1PwhoCjk9FmLs?usp=sharing

ORIENTAÇÕES
As aulas estão numeradas de acordo com a ordem dos temas trabalhados na revisão, da seguinte forma:
1. O que, por que e pra que Sociologia? - Aulas 1 e 2.
2. As diferentes formas de conhecimento - Aula 3.
3. Sociologia enquanto ciência: pesquisa sociológica - Aulas 4 e 5.
4. Indivíduos, grupos sociais, comunidades e sociedades - Aulas 6, 7 e 9.
5. Por que viver em sociedade? - Aula 7.
6. Interação social - Aula 8.
7. Mecanismos de controle social - Aulas 10 e 11.
8. Identidade nacional - Aula 12.
9. O surgimento da Sociologia - Aulas 13 e 14.
10. Os filósofos pré-científicos da Sociologia - Aulas 5, 16 e 17.
11. Os clássicos da Sociologia - Aulas 18 a 22.

Elas foram elaboradas para atender aos estudantes do CEEFMTI do Henrique Coutinho no período de pandemia de coronavírus - isso te ajuda a entender o direcionamento dado no texto. Vale também ressaltar que as indicações dos cabeçalhos de cada aula não correspondem à ordem disposta aqui; mas o mais importante é você atentar para os conteúdos trabalhados em cada aula.

Cada aula traz uma introdução com orientações para o estudo, e é importante que você também atenda à elas, assistindo o vídeo indicado, passando então para o contéudo, que deve ser estudado com atenção (e não apenas lido de qualquer jeito!), e finalizando com questões que reforçam o conteúdo. E para melhorar ainda mais o seu nível de aproveitamento e assimilação do contéudo, estude com um caderno do lado, anotando as principais informações e repondendo às questões da atividade.

Por enquanto essas são as principais orientações. Para qualquer dúvida, por favor, entre em contato comigo pelo WhatApp (se você tiver meu contato) ou pelo email andrelobov@uol.com.br.

sábado, 18 de abril de 2020

A Sociologia tradicional e a Sociologia contemporânea

Pra entender bem esse assunto você precisa lembrar do contexto histórico que criou a necessidade de se pensar numa forma de reorganizar a sociedade, que passava por um período de crise, assolada que estava pela fome, pelo desemprego, pela falta de estrutura sanitária –resumidamente, afogada em bosta e gente morta!

Estamos no final do século XIX (anos 1800) na França, uma das cidades mais desenvolvidas do mundo naquela época. A industrialização havia chegado, e Paris, capital da França, vivia seu auge. Linda, com seus cabarés, seus parques, sua vida urbana. A Torre Eiffel como símbolo da modernidade. Mas, ao mesmo tempo, a maior parte da população não participava desse desenvolvimento. Uma parte era formada por operários, que passavam a maior parte do dia (e das suas vidas) dentro das fábricas, em ambientes completamente insalubres, nocivos à saúde, fornecendo a força do seu trabalho em troca de um salário que mal pagava suas contas.

Porém outra parte, ainda maior, estava numa situação pior. Eram camponeses, agricultores que, não tendo mais espaço no campo para cultivar seus produtos (as terras, originalmente pertencentes ao Rei haviam sido compradas pela burguesia), e seduzidos pela moderni-dade da vida nas cidades, promoveram um enorme êxodo rural. Mas quando chegavam nas cidades e não encontravam emprego, passavam a viver na rua, sem ter onde morar, o que comer, e sofrendo as consequências de se viver num ambiente sem o mínimo de estrutura (rede de esgoto, por exemplo).

É preciso ainda lembrar que quem governava a cidade era o Rei. E o Rei não via isso? Via, mas nem o Rei, nem ninguém, se dava ao trabalho de tentar entender como a vida tinha chegado àquele ponto, com tantas pessoas passando necessidade, sem emprego, sem comida, sem nada, e algumas poucas pessoas se beneficiando do desenvolvimento industrial, visto que a industrialização deveria trazer o desenvolvimento da cidade e, consequentemente, da sociedade. Mas a sociedade não se desenvolvia. Quem se desenvolvia, as custas da sociedade, era o Rei, a Igreja, a nobreza e a burguesia. E a sociedade tinha que se ferrar inteira para dar conta de suprir as necessidades dessa classe abastada. Afinal, a ordem social era uma determinação divina, e quando Deus manda, ninguém pode reclamar. Alguma coisa de errado não estava certo!!

Mas toda essa situação começou a chamar a atenção de algumas poucas pessoas. Instruídas que eram, porque tiveram acesso à universidade, aos livros, ao conhecimento, aos pensamentos Iluministas, as reformas religiosas, elas começaram a querer entender o que estava acontecendo. Elas buscavam entender porque a sociedade tinha chegado àquele ponto. Entre essas pessoas, duas nos são bem conhecidas: Claude-Henri de Rouvroy, o Conde de Saint-Simon, e seu secretário, Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, ou simplesmente Augusto Comte.

DOS OBJETIVOS DA NOVA CIÊNCIA DA SOCIEDADE
O que Saint-Simon, e depois Augusto Comte, queriam? Entender porque a sociedade havia chegado àquele ponto. E como eles pensavam isso? Bom, Saint-Simon acreditava que o regime absolutista monárquico, onde quem manda é o Rei, não funcionava mais. Ele havia lutado na guerra de independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa, e acreditava muito nos ideais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, propostos pelo Iluminismo e defendidos na luta pela queda da monarquia na França. Mas a queda da monarquia não resolvia tudo, porque, para Saint-Simon, alguém deveria governar a sociedade, porque ela própria não conseguiria se autogerenciar. E a igreja também não poderia mais dizer o que era certo ou errado, porque a Reforma Protestante já havia esclarecido que Deus não é o cara que fica fazendo e desfazendo as coisas na Terra. Se a população francesa havia chegado no ponto em que chegou, não era por culpa de Deus, mas por culpa da própria sociedade que se organizou (ou de-sorganizou) daquele jeito. Então quem deveria governar? A burguesia, que havia construído um caminho de desenvolvimento, de modernidade, de industrialização e urbanização, como nunca se viu! E quem ajudaria a burguesia a pensar nas soluções para os problemas nesse caminho de desenvolvimento? A ciência.

E o que era a ciência? A ciência havia surgido junto com o Iluminismo, numa nova proposta de pensamento sobre as coisas, visto que Deus não era mais uma resposta absoluta para as coisas que aconteciam no mundo. Deus tem relação com a espiritualidade, com a fé. Mas para as coisas materiais, as coisas que existem na vida, aquilo que a gente pode ver e pegar, como a chuva, o relâmpago, o vento, as ondas do mar; tudo isso tinha uma explicação lógica. Tudo tinha uma explicação lógica para a sua existência, para o seu funcionamento. É o que hoje a gente conhece como “fenômeno”. Os fenômenos naturais, daquilo que acontece na natureza. E como esses fenômenos aconteciam se não eram obras de Deus? Ora, é isso que a ciência deveria responder. Mas como? E é aí que está a grande mudança: o que não se podia mais fazer era orar para Deus para que ele fizesse ou não fizesse mais as coisas, ou respondesse as coisas; as pessoas agora deveriam pensar nas coisas, observando, analisando, e criando hipóteses lógicas e racionais para os fenômenos. Afinal, tudo tinha que ter uma explicação lógica.

E dessas explicações lógicas e racionais, que surgiram das observações, das análises, das hipóteses e, princi-palmente, dos experimentos dos cientistas, surgiram várias leis naturais. Por que são leis? Porque elas atuam sobre todas as coisas, exatamente da mesma forma, do mesmo jeito. Todas as coisas do mundo obedecem a elas, sem discussão. Por exemplo, foi através dessa nova forma de pensar, buscando a lógica das coisas, que Newton descobriu a Lei da Gravidade. Não era Deus que fazia com que as coisas não ficassem flutuando sobre a Terra e, pelo contrário, fossem “puxadas” pra baixo. Tinha uma força que fazia isso com todas as coisas que existiam sobre a Terra, e a essa força demos o nome de gravidade.

Da mesma forma, existe a Lei da Inércia, a Lei de Rota-ção da Terra, Lei da Ação e Reação. Leis que atuam sobre todas as coisas, indistintamente, ou seja, não depende do objeto sobre o qual ela atua, o efeito vai ser sempre o mesmo.

A CIÊNCIA E AUGUSTO COMTE
Sabe como Augusto Comte pensava a sociedade? Adivi-nhou, adivinhão!!! Dessa mesmíssima forma. Para Au-gusto Comte, como as leis são aplicadas a todas as coisas, as pessoas, e o conjunto das pessoas, também sofreriam as mesmas consequências. É assim com a gravidade, por exemplo, que atua sobre um tijolo e sobre uma pessoa, da mesma forma. E se é assim para uma pessoa, também seria assim para a sociedade.

Então o que Augusto Comte queria descobrir? Qual era a lei que atuava sobre a sociedade, e como ela funcionava!!! Sabe qual era o nome que se dava a este modelo de exercício mental? POSITIVISMO!! Positivismo é exatamente pensar a sociedade por meio da ciência. E ele, Augusto Comte, criou até um nome para esta nova ciência da sociedade. Ele a chamou de Sociologia (ai, que emoção!!!!! ). Bom, pra descobrir a tal da Lei da Sociedade, Augusto Comte deveria fazer o que? O que os cientistas fazem, óbvio: observar, analisar, criar hipóteses e testar essas hipóteses por meio de experimentos. Isso é ciência. Sabe quando Augusto Comte fez isso? Nunquinha na vida!!! Nunca, jamais, never!!! Cara, Augusto Comte era burguês, e uma mudança para consertar a sociedade, dando aos mais pobres o que eles precisavam, acabava com o privilégio dos mais ricos. Comte acreditava nisso tudo, mas ele entendia que isso não podia ser feito assim, da noite pra dia.

Depois de Comte, apareceu um cara, chamado Herbert Spencer, que gostava da forma como Comte pensava e tinha também um interesse em tentar entender a sociedade. Ele era filósofo, assim como Comte e Saint-Simon, e gostava de pensar nas coisas. Mas ele também era biólogo, e trabalhava muito mais voltado às espécies animais. Ele, inclusive era amigão dum cara famoso pra caramba: Charles Darwin. Você deve saber que Darwin é o cara da evolução das espécies, né!?! Foi ele que disse que as espécies se adaptam ao ambiente, e evoluem dessa forma para sobreviver. Enquanto isso, quem não se adapta, morre. E nessa adaptação, as espécies mudam, criam características próprias (asas, garras, nadadeiras), e vão sobrevivendo.

Ouvindo isso, Herbert Spencer concluiu uma coisa que faz todo sentido: ora, se todas as espécies se adaptam e evoluem para sobreviver, inclusive o homem, e isso é uma lei – a Lei de Evolução das Espécies, ou Evolucionismo; o conjunto das pessoas também sofre essa mesma consequência. Afinal, é uma lei!!! Caraca, véi, descobri!!! Quer dizer, Herbert Spencer Bichão da Goiaba descobriu a lei que atua sobre a sociedade, que Comte queria descobrir. A lei que atua sobre a sociedade tem origem no processo de evolução, e faz com que a sociedade funcione buscando sempre... evoluir!!! Caceta!!!! A essa lei, Spencer deu o nome de... Evolucionismo... Social (que novidade!!!). Ela também é conhecida como Darwinismo Social (putz, novidade ainda maior!!).

O PRIMEIRO PROFESSOR DE SOCIOLOGIA DA GALÁXIA
Daí, tinha um cara que pensava igual a Comte, e enten-dia que a sociedade poderia ser estudada por meio da ciência, obedecendo à leis universais e imutáveis, como a lei da gravidade. E ele, tanto quanto Comte, sabia que o lance era descobrir que lei é essa. Então ele soube das ideias de Herbert Spencer e sobre o Evolucionismo Soci-al. E pensou: “cara, o lance é juntar uma coisa na ou-tra!!”. Seu nome: Émile Durkheim. Ele foi o primeiro professor de Sociologia do mundo, e foi ele quem sistematizou o estudo da sociedade, com base na função que as pessoas assumem na sociedade (que a gente entende melhor chamando de “trabalho”, ou seja, aquilo que a gente faz pra sanar as nossas necessidades) e como nos organizamos em sociedade para realizar essas funções. Atenção para o seguinte: não é cada pessoa, são “as pessoas”; e não são as sociedade, é a sociedade do universo todo. É uma lei, é pra todo mundo. Ela não funciona só pra mim ou só pra você, ou só pra quem é branco, ou só pra quem é preto, ou só quem é alto ou baixo, ou careca, ou rico ou pobre!! É pra todo mundo!! Ou seja, todos nós obedecemos a essa lei.

Essa, meus queridos e queridas, é a base da SOCIOLOGIA TRADICIONAL, que busca entender a estrutura da sociedade a partir de uma lei imutável, universal, que atua sobre todos os indivíduos e sociedades da mesma forma. Só que hoje a gente entende que não é assim. As teorias sociológicas fun-cionam, mas elas precisam ser aplicadas e analisadas entendo as características de cada sociedade. Aliás, não dá pra tentar entender uma determinada sociedade sem entender, primeiro, aquilo que a compõe – os indivíduos. E, perceba, não é “o indivíduo”, são “os indivíduos”, que atuam juntos, que criam relações. E, pra isso, é preciso considerar uma coisa extremamente importante: ao contrário dos objetos das ciências naturais, que são inanimados ou irracionais, nós somos dotados de racionalidade e, por conta dessa raciona-lidade, nós somos capazes de tomar decisões e agir com consciência. Nossos atos são intencionais, ou seja, a gente, cada um de nós, faz porque quer fazer, e age diferente um do outro. Nem sempre, mas quase. Tem um padrão pra cada sociedade. Essa é a SOCIOLOGIA COMPEMPORÂNEA.

sábado, 4 de abril de 2020

Porque ler pode ser legal!!

O caso é o seguinte: ao longo da minha vivência de professor, por percepção própria ou em conversas com outros professores, eu entendi que uma das grandes dificuldades que o estudante tem é quanto à interpretação de texto. São vários os motivos, elencados até por levantamentos meus feitos em sala de aula com vocês, estudantes, que vão desde a falta de interesse pela leitura (não vista essa carapuça se a situação não lhe diz respeito, mas entenda que é a realidade da grande maioria), passando pela falta de paciência para o exercício de interpretação do texto, pela pouca quantidade de referências que o estudante traz, entre vários outros fatores. O problema é que uma coisa influencia bastante a outra nessa escalada de fatores: se você não gosta de ler nada, não vai conseguir juntar referências sobre nada; se você não tem referências sobre nada, não vai conseguir compreender o mínimo que o texto traz de informação; se você não compreende absolutamente nada, você não vai se interessar pela leitura. Sacou como é um ciclo vicioso?!

E o pior é que, sendo um exercício de extrema importância no seu processo educacional, que culmina na realização de provas, testes e exames, na escola ou fora dela (como é o caso do Enem), conseguir interpretar os textos, nesses casos, é um exercício que você vai ter que fazer sozinho. Ninguém vai poder ficar do seu lado pra ter ajudar a interpretar o que está escrito no enunciado da questão. E, vamos ser sinceros, o que você mais faz na escola é ficar esperando o professor explicar as coisas pra você. Um hábito que é latente na escola é o fato do aluno não assumir uma postura ativa no momento da aula. O tempo de atenção que o estudante dedica é muito pouco; você passa do modo focado para o modo difuso em menos de 5 minutos; raramente você pergunta, faz um comentário, lembra de alguma coisa que tenha relação com o que está sendo trabalhado em sala e participa de alguma forma, falando, perguntando, respondendo ou dando a sua opinião sobre qualquer coisa. Quando muito, você se coloca na condição de quem está prestando atenção ao professor, e se limita à isso. Deixa eu dizer uma coisa pra você: seu professor não é o Senhor todo poderoso, conhecedor de todas as coisas que existem no mundo! E agora um segredo: tem coisas que você sabe muito mais do que o seu professor.

E tem mais: se o seu professor for um cara ético, no sentido profissional, tudo o que ele passa pra você de conhecimento, ele aprendeu em algum lugar: num livro, numa palestra, numa conversa com pessoas (que podem ou não ser professores) que sabem mais sobre aquele assunto. Claro que alguma coisa pode vir da vivência dele próprio, ou como resultado de uma pesquisa que ele fez. Mas, de novo, se ele for ético e profissional, ele vai ter a ciência como embasamento para toda e qualquer colocação que ele faça. Agora eu preciso que você entenda com clareza o seguinte ponto: eu também acredito que todo conhecimento é válido, que toda experiência conta, que somos seres inacabados e que nunca será certo colocarmos o conhecimento científico como um saber absoluto em detrimento de qualquer outro conhecimento, seja ele tradicional, filosófico ou religioso. Paulo Freire sabe mesmo das coisas. O caso é entender que já trilhamos um caminho bem longo de conhecimentos acumulados, construídos com base em fatos concretos, repetidos em experiências práticas, e que foram bastante discutidos, até cansar, e dados, pelo menos até agora, como aquilo que é, de verdade. E quase todo conhecimento construído desta forma está nas revistas científicas, nas teses educacionais e nos livros, inclusive, e de forma muito especial, nos livros didáticos. No seu livro didático! Então, queridos, se o seu professor é o cara que se limita única e exclusivamente ao "eu acho...", "pra mim deveria ser...", "se fosse comigo seria assim...", não fica dando ouvido pra ele, porque você está aprendendo só o que ele acha que é, e não o que é, de verdade!!!

Se você está lendo esse texto com atenção, você já entendeu que pode ser tão "inteligente" quanto o seu professor. E isso só depende de você. Digo que só depende de você porque a atitude mais básica nesse sentido é você assumir que a ação de aprender alguma coisa precisa partir de você. Só que você faz o contrário. Você espera seu professor dar o sinal de largada e fica tentando seguir as orientações dele para a realização de toda e qualquer atividade pedagógica. TODA!!!! Desde a hora de você sentar, até a hora de você ficar em pé! Já que estamos falando nisso, deixa eu te dizer outra coisa: sentar e ficar em pé na sala de aula depende só de você, amigão, amigona! Se você ainda acha que só pode se levantar quando o professor "deixa", você ainda não entendeu nada!!!

Daí chegamos naquele momento que você adora, quando o professor diz assim: "trouxe um texto pra gente trabalhar tal assunto". Seu olho vira, seu ombro desce, sua energia se esvai e você solta toda a sua frustração num sonoro "Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, não!". Cara, eu consigo ver essa cena, agora, na minha frente, e digo pra você, do fundo do meu coração: é triste!!! É triste pra caceta!!!!! Você não consegue e nunca vai conseguir entender o tamanho do desapontamento, da chateação e do desgosto do seu professor quando isso acontece. A não ser que você, em algum momento, esteja do lado de cá!!! Pensei uma parada aqui, agora: eu podia fazer um vídeo disso, tipo Diogo Almeida (vai no Youtube e assiste!!! É engraçado demais!!!). Mas não vou fazer, só pra você ter que ler esse texto!! Enfu!!

Continuando!!! Você faz lá o seu showzinho porque o professor pediu pra você ler um texto! Tá, eu vou te dar um crédito, porque pode ter professor que pede pra você ler um texto que nem ele leu! Ou pode ser que ele não tenha tido nem a preocupação de dar uma adaptada no texto, pra deixar ele numa linguagem mais leve, mais divertida, por que não?!! Pode ser que o texto não tenha nada a ver com o assunto que vocês estão trabalhando, ou que o texto seja chato mesmo e o professor não teve tempo de fazer melhor!!! Tá, vamos levar tudo isso em consideração!! Mas nada disso justifica o fato de você chiar mesmo antes de passar o olho no texto. Porque até agora nem entregar o texto o professor entregou, ele apenas sugeriu que vocês trabalhassem o assunto por meio de um texto, e você já chiou!!! Então para de show, e pensa um pouco: o que o professor está passando pra você tem muita chance de estar relacionado com o que vocês estão estudando, pode ser interessante, pode ser até divertido, pode te ajudar muito, pode um monte de coisas legais... e você, antes de tudo começar, transformou tudo num troço chato pra burro!!

Bom, pessoas, por tudo isso, eu estou indicando aqui a leitura de um artigo, escrito pela Carolina Vellei e publicado no Guia do Estudante em 2015, com técnicas que podem te ajudar muuuuuuuito no exercício de interpretação de texto. Aproveite, boa leitura, boa sorte na sua vida estudantil, larga a mão de ser passivo e começa a assumir uma postura ativa nas suas aulas. Segue o link: https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-4-tecnicas-para-virar-um-especialista-em-interpretacao-de-texto/.

domingo, 1 de março de 2020

A importância do indivíduo e o valor do ser social


Trabalho esta reflexão nas aulas de introdução ao estudo da Sociologia, nas turmas de ensino médio, buscando fazê-los refletir sobre como somos julgados e valorizados a partir das nossas ações, em detrimento ao que temos dentro de nós e, diante disso, como é importante estarmos atentos ao nosso comportamento e às nossas atitudes no dia a dia. "Não é o que eu sou por dentro, mas é o que eu faço que me define", do filme Batman Begins.
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Que importância você tem no mundo? Que importância tem o seu nome e o seu sobrenome? Você pode pensar, “muita, cada um de nós é muito importante!”. Será? Vejamos: se você fosse a única pessoa viva na Terra, e morresse por algum motivo qualquer, quem sentiria a sua falta ou ficaria triste? Ninguém, absolutamente ninguém!! Então qual é a sua importância nesse mundo, enquanto indivíduo? Até as plantas agradeceriam se você não existisse pois é fato que, num espaço onde o homem não atua transformando a natureza, ela própria dá conta de se desenvolver, de tomar os espaços, com ordem e sustentabilidade, até para se recuperar da degradação causada pelo próprio homem.

Mas e Deus? Se somos todos filhos de sua criação de amor, ele nos ama e sentirá a nossa falta, independente de qualquer coisa. “Ele olha por cada um de nós”, você pode pensar. Então vamos pensar esta possibilidade, de Deus sentir a nossa falta, se morrermos, para entender como isso funciona. Para que você acredite que Deus vai sentir a sua falta se você morrer, é preciso primeiro acreditar que você é, verdadeiramente, resultado da criação Dele, do amor dele por você, e não que Deus nos faz a todos de um punhado de barro. Porque se assim o fosse, se Ele simplesmente o criasse como a todos os outros indivíduos, a chance dele não saber nem o seu nome é muito grande. Mas ele sabe! E não porque ele te fez, mas porque ele te ama e vê em você uma criatura especial. Daí você passa então a acreditar que, para além da criação, existe uma relação entre você, filho da criação, e Ele, Pai, e é por isso que ele te ama e vai sentir a sua falta. Na verdade, nem vai, porque, com a morte, você vai passar a viver um encontro verdadeiro com Deus, no céu, e ele então não vai ficar triste, mas feliz. E esta felicidade não estará relacionada a você enquanto indivíduo, ou por conta do seu nome, ou qualquer outra coisa que seja relacionada a você, mas à RELAÇÃO de amor que existe entre vocês. Se não de amor, de preocupação, de proteção, de carinho, mas uma RELAÇÃO.

Da mesma forma, é importante considerarmos que a importância que temos no mundo enquanto indivíduos é quase nula, ou nenhuma. Fizemos o exercício de imaginar que fossemos sozinhos no mundo. Mas vamos agora imaginar que estamos num mundo cheio de pessoas, mas que nenhuma delas te conhece, e daí eu volto a te perguntar: se você morrer, que falta você vai fazer? Se você não conhecesse a sua mãe, ou o seu pai, ou uma pessoa de quem você muito, e essa pessoa morresse, que falta ela faria na sua vida?

Imagine que, não sendo eu o professor conhecido de vocês, estivesse com vocês um professor novato, com o qual você não teve nenhum tipo de relacionamento. E para além, imagine um momento anterior a este, em que este professor nem foi apresentado a vocês. Não sendo eu, seria o professor Walfredo, de Sociologia. Você ainda não o conhece e ele ainda não foi contratado pela escola. Ele está dando aula numa escolinha bem pequena na comunidade do Chapéu, em Domingos Martins. Pois bem, o professor Walfrado morreu!! Foi acometido por um infarto fulminante, junto com um derrame cerebral, e atingido por um raio, tudo ao mesmo tempo. Morreu!! Agora vamos avaliar: quem entre nós conhecia o Walfredo? Ninguém! Que falta ele vai nos fazer? Nenhuma!! Walfredo morreu, antes ele do que eu!!! Isso porque nós não temos nenhum tipo de RELAÇÃO com o Walfredo, então a nossa rotina, o nosso cotidiano, a nossa vida, não vai mudar.

Mas, olhando por outra perspectiva, o que será que os meninos daquela escolhinha de Domingos Martins sentiram sabendo da morte do Walfredo. Certamente todos ficaram muito tristes, ainda mais sabendo que o Walfredo era um ótimo professor, que brincava com os meninos durante as aulas, que promovia festas e eventos na escola para que os pais também pudessem participar, que resolvia inclusive alguns problemas entre as famílias daquela comunidade. E não é porque ele era o Walfredo. Ou Walfredo Ronch, Lopes, Junqueira, ou qualquer sobrenome que você quiser. Nem porque ele tinha um número de identidade tal, e um CPF tal. A falta dele e o sentimento de tristeza por conta da morte dele, era um reflexo de como ele se relacionava com as pessoas. Não é pelo indivíduo, mas pelas RELAÇÕES que construiu e da ATITUDES que ele tinha diante dessas relações.

Não é pela pessoa, pelo indivíduo, pelo nome ou sobrenome, ou pelo documento que a pessoa carrega, mas pelas RELAÇÕES que a pessoa constrói ao longo da vida, e muito pelo que a pessoa faz por conta dessas relações. Não é pela importância individual, mas pelo valor social.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Trocas culturais e culturas híbridas

texto retirado do livro Sociologia para o ensino médio, de Nelson Dacio Tomazi (cap. 18, pgs. 174-175)

No mundo globalizado em que vivemos, tendo o nosso cotidiano invadido por situações e informações provenientes dos mais diversos lugares, é possível afirmar que haja uma cultura "pura"? Até que ponto chegou o processo de mundialização da cultura?

Em seu livro Culturas híbridas, o pensador argentino Néstor García Canclini analisa essas questões. Lançando um olhar sobre a história, ele declara que, até o século XIX, as relações culturais ocorriam entre os grupos próximos, familiares e vizinhos, com poucos contatos externos. Os padrões culturais resultavam de tradições transmitidas oralmente e por meio de livros, quando alguém os tinha em casa, porque bibliotecas públicas ou mesmo escolares eram raras. Os valores nacionais eram quase uma abstração, pois praticamente não havia a consciência de uma escala tão ampla.

Já no século XIX e início do século XX, cresceu a possibilidade de trocas culturais, pois houve um grande desenvolvimento dos meios de transporte, do sistema de correios, da telefonia, do rádio e do cinema. As pessoas passaram a ter contato com situações e culturas diferentes. As trocas culturais efetivadas a partir de então ampliaram as referências para avaliar o passado, o presente e o futuro. O mundo não era mais apenas o local em que um grupo vivia. Tornou-se muito mais amplo, assim como as possibilidades culturais. A cultura nacional passou a ter determinada constituição e os valores e bens culturais de vários povos ou países cruzaram-se, com a consequente ampliação das influências recíprocas.

No decorrer do século XX, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, o cinema; a televisão e a internet tornaram-se instrumentos de trocas culturais intensas, e os contatos individuais e sociais passaram a ter não um, mas múltiplos pontos de origem. Desde então as trocas culturais são feitas em tal quantidade que não se sabe mais a origem delas. Elementos de culturas antes pouco conhecidas aparecem com força em muitos lugares, ao mesmo tempo. As expressões culturais dos países centrais, como os Estados Unidos e algumas nações da Europa, proliferam-se em todo o mundo. As culturas de países distantes ou próximos se mesclam a essas expressões, construindo culturas híbridas que não podem ser mais caracterizadas como de um país, mas como parte de uma imensa cultura mundial.

Isso não significa que as expressões representativas de grupos, regiões ou até de nações tenham desaparecido. Elas continuam presentes e ativas, mas coexistem com essas culturas híbridas que atingem o cotidiano das pessoas por meios diversos, como a música, a pintura, o cinema e a literatura, normalmente fomentados pela concentração crescente dos meios de comunicação.

Alguém poderia perguntar: Por que essas formas particulares, grupais, regionais ou nacionais deveriam existir no universo cultural mundial, já que vivemos num mundo globalizado? Em seu livro Artes sob pressão: promovendo a diversidade cultural na era da globalização, o sociólogo holandês Joost Smiers responde que assim haveria a possibilidade de uma diversidade cultural ainda maior e mais significativa: haveria uma democracia cultural de fato à disposição de todos. Em suas palavras: “A questão central é a dominação cultural, e isso precisa ser discutido com propostas alternativas para preservar e promover a diversidade no mundo”.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Sistema de ciclos educacionais

Acabei de ler no Gazeta Online uma matéria sobre a implantação do sistema de ciclos educacionais em uma escola de Vitória (ES). Não tenho muito o que opinar, mas segue o link para abrir as discussões:
http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/11/noticias/cidades/3997816-pais-fazem-abaixo-assinado-para-barrar-metodo-de-escola.html